segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Abuso sexual infantil: será que lidar com esse problema é uma tarefa grande demais para os pais? Ou existem algumas medidas práticas que eles podem tomar para proteger os filhos?

Comportamento



      Muitos pais estão preocupados com a questão do abuso de crianças. Pode ser que você também esteja. Talvez não tenha enfrentado pessoalmente esse tipo de abuso e seus efeitos, mas sem dúvida já ouviu notícias chocantes sobre como essa prática repulsiva é comum. Pais amorosos em todo o mundo ficam horrorizados de saber o que está acontecendo com as crianças em sua região. O abuso sexual é um problema assustador. De fato, alguns pais ficam perplexos quando param para pensar na absoluta maldade daqueles que ficam à procura de crianças para abusar sexualmente delas. Mas será que lidar com esse problema é uma tarefa grande demais para os pais? Ou existem algumas medidas práticas que eles podem tomar para proteger os filhos? Este e os próximos artigos deste blog abordarão essas perguntas.

     Poucas pessoas se sentem à vontade quando o assunto é o abuso sexual de crianças. Os pais tremem só de pensar nisso! Mas esse tipo de abuso é uma realidade assustadora e desagradável no mundo atual, e seus efeitos nas crianças podem ser devastadores. Será que vale a pena considerar esse assunto? Pense bem: quanto você estaria disposto a pagar pela segurança de seu filho?  Conhecer as tristes realidades do abuso sexual com certeza não é um preço alto demais. Esse conhecimento pode realmente fazer a diferença.

      Não permita que a praga do abuso o faça perder a coragem de encarar esse assunto. Para dizer o mínimo, você tem algo que seu filho não tem — habilidades que ele levará anos, até mesmo décadas, para desenvolver. Com o passar do tempo, você acumulou bastante conhecimento, experiência e sabedoria. O segredo é aprimorar essas qualidades e usá-las para proteger seu filho. Vamos considerar três passos básicos que podem ser dados pelos pais: 

1- ser a primeira linha de defesa para proteger o filho contra o abuso;

2- fornecer ao filho a necessária educação sobre sexo;

3- ensinar ao filho algumas medidas básicas de proteção.

      A responsabilidade primária de proteger as crianças contra abusos é dos pais e não delas mesmas. Assim, os pais precisam primeiro se informar sobre o assunto para depois ensinar os filhos. Se você é pai ou mãe, existem algumas coisas que precisa saber sobre o abuso infantil. Precisa saber que tipo de pessoas abusam de crianças e como agem. Os pais costumam achar que os molestadores são estranhos que ficam à espreita, buscando maneiras de raptar e violentar  crianças. Esses monstros existem mesmo, e os noticiários muitas vezes falam a respeito deles. Mas eles são relativamente poucos. Em cerca de 90% dos casos de abuso sexual infantil, o culpado é alguém que a criança já conhece e em quem confia. Naturalmente, você acha difícil acreditar que alguém bondoso, como um vizinho, professor, profissional de saúde, treinador ou parente possa sentir atração sexual por seu filho. Na verdade, em sua maioria, as pessoas não são assim. Não é preciso suspeitar de todos ao seu redor. Apesar disso, você pode proteger seu filho por aprender como age um típico abusador. 

      Conhecer essas táticas pode fazer com que você, pai ou mãe, fique mais preparado para agir como a primeira linha de defesa. Por exemplo, imagine que alguém que parece se interessar mais por crianças do que por adultos comece a dar atenção especial ou presentes a seu filho, ou se ofereça para tomar conta dele de graça ou para levá-lo em passeios a sós. O que você faria? Concluiria que ele é um molestador? Não. Não tire conclusões precipitadas. A pessoa pode estar agindo sem más intenções. Apesar disso, é melhor ficar atento. Lembre-se de que qualquer oferta que parece boa demais para ser verdade provavelmente é falsa. Fique atento a qualquer pessoa que se ofereça para ficar com seu filho, em especial a sós. Diga que você pode aparecer a qualquer momento.  Tenha interesse ativo nas atividades, nas amizades e nos trabalhos escolares de seus filhos. Procure saber todos os detalhes a respeito de qualquer passeio planejado. Lembre-se de que a maioria dos molestadores preferem alvos fáceis. Os pais que se envolvem ativamente na vida dos filhos fazem deles alvos difíceis.

      Outro modo de agir como a primeira linha de defesa de seu filho é ser um bom ouvinte. É pouco provável que uma criança fale do abuso de forma direta; ela fica com muita vergonha e medo da reação dos outros. Por isso, preste bastante atenção ao que a criança diz, mesmo que ela fale indiretamente. Se o seu filho disser algo que deixe você preocupado, de modo calmo, faça perguntas que o incentivem a se expressar. Se não quiser mais que certa pessoa tome conta dele, pergunte o motivo. Se disser que um adulto faz brincadeiras estranhas com ele, pergunte: “Que tipo de brincadeira? O que ele faz?” Se reclamar que alguém fez cócegas nele, pergunte: “Em que lugar ele fez cócegas em você?” Não descarte logo as respostas de uma criança. Os abusadores dizem à criança que ninguém vai acreditar nela, e muitas vezes é isso que acontece. E, quando uma criança sofre abuso, ter a confiança e o apoio dos pais é muito importante para sua recuperação.

    Deve ensinar a seu filho algumas atitudes simples que poderá tomar caso alguém tente se aproveitar dele quando você não está por perto. Um método recomendado com freqüência é um tipo de jogo em que os pais perguntam o que a criança faria em certa situação e ela responde. Por exemplo: “O que faria se estivéssemos num supermercado e você se perdesse de mim? Como me encontraria?” A resposta dela talvez não seja exatamente o que você esperava, mas poderá orientá-la usando outras perguntas, como: “Consegue pensar numa coisa mais segura que você poderia fazer?” Você pode usar perguntas parecidas para saber que reação ela acha ser a mais segura caso alguém tente tocá-la de modo errado. Se ela se assusta facilmente com perguntas assim, tente contar uma história sobre outra criança. Por exemplo: “Uma menininha está com um parente que ela gosta, mas daí ele tenta tocá-la num lugar que é errado. O que você acha que ela deve fazer para se proteger?”

      O que você deve ensinar seu filho a fazer numa situação como a mencionada acima? Um firme ‘não!’, ‘não faça isso!’ ou ‘tire as mãos de mim!’ é muito eficaz para intimidar o abusador que tenta seduzir a criança, fazendo-o recuar e pensar duas vezes antes de escolher uma vítima. Ajude seu filho a encenar breves situações em que ele diz ‘não’ em voz alta e de modo confiante, sai rapidamente do local e conta para você tudo o que aconteceu. Uma criança que parece entender bem o treinamento pode esquecê-lo com facilidade em algumas semanas ou meses. Portanto, repita o treinamento de modo regular.

     Todos os responsáveis imediatos da criança, incluindo os do sexo masculino — o pai, o padrasto ou outros parentes — devem participar dessas conversas. Por quê? Porque todos os envolvidos nesse treinamento estão, na verdade, prometendo à criança que nunca cometerão tais atos de abuso. É uma pena que muitos casos de abuso sexual ocorram exatamente na família. Nosso próximo artigo considerará como você pode fazer com que seu lar seja um abrigo seguro neste mundo abusivo.


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